Quando nos deparamos com alguma tragédia nos damos conta da fragilidade da vida.

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Todos os dias, após o despertar, lemos, ouvimos ou vemos notícias do mundo inteiro através de um notebook. As notícias podem ser boas ou ruins, mas algumas nos tocam mais que outras. Por quê? Talvez pela sensibilidade que temos diante de determinados fatos ou situações da vida. Geralmente o confronto que mais nos toca é a morte.

Pensando em um aforismo de Kafka: “se eu fosse existir eternamente, como existira amanhã?”, deduzo que seria maravilhoso ter a eternidade como aliada. Poderíamos ter muitas chances de errar e depois consertar tudo. Fazer sempre o que é certo. Haver tempo para tudo. Porém, o grande problema é que: não somos eternos!

Vivemos a nossa rotina em modo automático, sem muitas vezes valorizar as pequenas coisas, pode ser clichê, mas é verdade. Não paramos muito pra refletir e quando nos deparamos com alguma tragédia, como a morte do ator Domingos Montagner; citando um exemplo recente, nos damos conta da vulnerabilidade da vida. Em um átimo de segundo tudo pode acabar, escorrer por entre as nossas mãos e ter um fim. O sentido da finitude humana é cruel, principalmente quando é precoce. Isto nos toca profundamente, nos faz submeter ao ato de raciocinar de verdade, ir ao ponto fraco. É quando chegamos à conclusão que não existe eternidade, podemos ser inteligentes, racionais, fortes, saudáveis e poderosos, mas somos finitos. Todos. Somos falíveis. Um ato falho, e tudo acaba.

O destino é imperativo. Dita a nossa vida como marionetes em um palco. Reina absoluto.

Apesar de tudo, podemos ser otimistas e enfrentar a nossa efemeridade sendo realistas e sabendo que possuímos muitas possibilidades. Não somos eternos, mas enquanto estamos vivos podemos contar com um novo dia. Sempre. Aproveitar cada amanhecer da melhor maneira possível, crendo que novas alternativas vão estar à disposição no presente.

O filme “A culpa é das estrelas” serve como uma amostra de verdade sobre viver bem a vida enquanto é possível. A partir do momento que dois jovens, com doenças fatais, entrelaçam suas vidas de uma maneira inesquecível, o olhar muda. Muda a compreensão do que é realmente importante. Do que vale a pena. Traz à tona a nossa essência. Tão verossímil, que na vida real, o conto do filme, se torna imortal, quando o verdadeiro casal morre praticamente juntos, com apenas cinco dias de diferença. O sentimento permanece, se torna eterno.

Acreditar na plenitude da vida e na eternidade do sentimento transforma a morte em uma consequência mais plausível.

O que vale é ter a certeza do savoir-vivre.

LKV

imagem:Pixabay